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quinta-feira, 16 de abril de 2015

Chalés de Mosqueiro: construções centenárias

Chalés de Mosqueiro:

 construções centenárias



A Mosqueiro da badalação, dos bares, restaurantes modernos, hotéis e mansões cinematográficas convive harmoniosamente com uma de suas peculiaridades mais interessantes: a arquitetura de seus chalés de praia. Muitos deles foram construídos nos primeiros anos do século XX, sendo que alguns teriam sido erguidos ainda no final do século XIX. Onde está o diferencial disso tudo? Todos foram edificados obedecendo um estilo que fica no meio-termo entre o ecletismo, o formato bangalô e as formas arrojadas, posteriormente usadas pelos arquitetos modernistas.


Um ligeiro passeio na orla em frente às praias do Chapéu Virado, Farol e Murubira é suficiente para admirar o requinte dos chalés, que tiveram projetos nitidamente inspirados em construções de regiões fronteiriças entre a França, a Bélgica, a Suíça e a Alemanha, na virada do século XIX para o século seguinte. A maioria deles teve como matéria-prima espécies de madeira como o acapu.


Quem chega à orla, logo percebe a imponência do Jardim Guanabara, guardado por duas palmeiras, um jardim com luminárias, azulejos azuis e escadarias antigas. Durante todo o dia circulam em frente à casa centenas de carros, ônibus e caminhões, contrastando com a arquitetura do tempo em que ali circulavam somente carroças e charretes. As carroças puxadas por cavalos e bois ainda estão presentes, mas em número bem mais reduzido.


No térreo há dois quartos, uma sala de lazer e outras dependências onde reside Fabrício Neves, caseiro há seis meses. No andar de cima, há a sala de jantar, banheiro, três quartos, cozinha e uma varanda circulando a casa em ângulo de 180°. O detalhe “modernoso” é uma pequena piscina no quintal. “O proprietário preservou a estrutura de ambiente. Não tenho certeza, mas esse chalé tem seus 120 anos”, comenta o caseiro.


Jardim Guanabara

Logo adiante, os chalés Sissi e Santa Terezinha transmitem um pouco da sofisticação europeia, tão em moda no começo da década de 1900. Mais alguns metros e surgem os chalés Porto Arthur, Cardoso e Vila Flora. Não é oficial, mas há quem diga que o Vila Flora foi projetado por ninguém menos que o arquiteto Francisco Bolonha.
Santa Terezinha

Chalé Sissí


Casa de praia abriga gerações

A primeira impressão de quem passa pelo portão do Chalé Murubira, hoje preservado quase intacto pelo advogado Otávio Chase e seus familiares, é a de um retorno às raízes, em pleno século XXI. O casarão mantém o charme de suas linhas originais, mesmo com todos os avanços tecnológicos e arquitetônicos dos nossos dias.

                                    
Chalé Murubira

Um detalhe especial é a caixa d’água, que reproduz a própria fachada do chalé. “Na minha infância, essa caixa d’água era de madeira e eu e os primos tínhamos, cada um, que bombar por quinze minutos, com uma manivela, para a água subir. Um dia ela desabou e a construímos novamente em concreto armado”, conta o advogado. Para ele, nada substitui o valor sentimental da construção, que teve como primeiro nome “Casal Flórida” e que foi adquirida por seu bisavô, Dudeley Chase, entre 1918 e 1920, junto a um casal português. O chalé, portanto, já é desfrutado por quatro gerações da família, que não pensa em negociá-lo. “Meu tio Nicholas Chase de 81 anos, é engenheiro e cuida da manutenção da casa. É claro que Mosqueiro não é mais tão segura como há alguns anos, mas não colocamos grades nas janelas e portas para não descaracterizarmos a beleza do projeto original”, diz Chase.


O dia a dia muitas vezes tenso no escritório tem um remédio simples, de acordo com o advogado. Basta uma fugidinha de três ou quatro horas, ao chalé, para tudo se acalmar.




POR QUE SE ORGULHAR?


Os chalés na orla do Mosqueiro representam um período de grande riqueza material e sofisticação para o Estado. Foram construídos entre o final do século XIX e começo do século XX, inspirados na arquitetura europeia, e valorizam a matéria-prima amazônica, por serem feitos em madeira como acapu. Alguns abrigam várias gerações de uma mesma família e dão, à paisagem, um toque mais que original.



Fonte: http://diariodopara.diarioonline.com.br/impressao.php?idnot=76579
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